Iniciativa resgata roupas descartadas no Atacam e as oferece gratuitamente

O Deserto do Atacama, no Chile, se tornou um símbolo do impacto devastador da fast fashion. Todos os anos, toneladas de roupas descartadas – muitas delas de marcas renomadas e nunca usadas – são despejadas no local, transformando a paisagem natural em um cemitério da moda descartável.

Uma nova iniciativa quer transformar esse desperdício em oportunidade. O Atacama RE-commerce, projeto desenvolvido pela Artplan e assinado pela VTEX, em parceria com Fashion Revolution Brasil e Desierto Vestido, está resgatando essas roupas e oferecendo-as gratuitamente em um e-commerce solidário.

Basta acessar o site recommerceatacama.com, escolher as peças e pagar apenas o valor do frete para retirar uma roupa do deserto e recebe-la em casa.

Resgatar para reconstruir: como funciona o Atacama RE-commerce?

Antes de chegarem ao e-commerce, as peças passam por um processo de seleção e restauração.

🔹 Uma equipe faz a curadoria das roupas, garantindo que somente itens em boas condições sejam reaproveitados;

 🔹 As peças são higienizadas, organizadas e fotografadas antes de serem disponibilizadas no site

Mais que oferecer roupas de forma acessível, o projeto provoca o olhar para o problema do descarte têxtil e a lógica de superprodução e consumo da indústria da moda.

Atacama: o deserto tomado pelo lixo da moda

O problema do lixo têxtil no Atacama não é recente. O Chile recebe cerca de 60 mil toneladas de roupas usadas e não vendidas de países da Europa, Ásia e América do Norte todos os anos. Sem um sistema eficiente de reaproveitamento, muitas dessas peças acabam abandonadas no deserto, onde levam décadas para se decompor.

A presença dessas montanhas de tecido afeta o solo, libera microplásticos no meio ambiente e cria um cenário de degradação que reflete o colapso de um modelo de consumo baseado no descarte acelerado.

O Atacama RE-commerce nasce justamente para chamar atenção para esse problema e oferecer uma alternativa concreta para reduzir o impacto ambiental da indústria da moda.

Moda sustentável começa pela mudança de hábitos

O sucesso desse tipo de iniciativa pode indicar uma mudança necessária no comportamento dos consumidores. Em vez de apenas descartar e comprar novas peças, a reutilização e a conscientização ganham força como pilares de um consumo mais responsável.

A grande questão é: essa ação será um alerta para que a indústria da moda mude suas práticas ou apenas um paliativo diante de um problema que continua crescendo?

Seja qual for a resposta, o Atacama RE-commerce mais do que um projeto,  é um convite para repensarmos a relação entre moda, consumo e meio ambiente.

AirPods vão traduzir conversas em tempo real

A Apple está preparando uma das atualizações mais ambiciosas dos AirPods: tradução simultânea de conversas.

Prevista para ser lançada junto ao iOS 19, quem estiver com AirPods e iPhone vai poder se comunicar em qualquer idioma com qualquer pessoa do mundo. E não vai precisar de app de terceiro ou usar software com delay, a promessa é de tradução em tempo real.

O histórico da Apple sugere: vai funcionar bem

Embora concorrentes como o Google já tenham lançado versões similares nos Pixel Buds, a Apple ficou quieta — até agora. A expectativa é que, quando chegar, o recurso entregue uma experiência refinada e mais intuitiva. A funcionalidade será liberada via software, sem exigir novos modelos de AirPods, mantendo a estratégia de evolução contínua do ecossistema.

Além disso, há rumores de modelos futuros com câmeras embutidas e IA para leitura de ambiente, e até recursos de saúde auditiva que transformam os fones em quase-aparelhos auditivos.

Vai ser mais importante falar diferentes idiomas no futuro?

Sim, vai. Principalmente o inglês certamente vai ser muito útil e por muitos anos ainda.

Mas essa funcionalidade vai encurtar algumas barreiras e pode ter impacto direto em áreas como turismo, educação, saúde e comércio, facilitando a inclusão de quem não domina não só o inglês, mas outros idiomas. Talvez agora diminua um pouco o receio de fazer aquela viagem para o interior da Rússia ou outro local distante e menos turístico.

Mas pensando no longo prazo. E aqui vamos olhar para daqui 50 anos: com fones traduzindo tudo em tempo real, ainda vai ser essencial aprender um segundo idioma? Ou vamos ver uma era de comunicação automatizada, onde a tecnologia e a IA preenchem essa lacuna linguística?

Não custa refletir. Até porque se depender da ficção científica, nem vamos precisar falar mais, pois os apps vão ler a nossa mente.

Apple TV+ ainda dá prejuízo de US$ 1 bi por ano (e tudo bem, aparentemente)

O Apple TV+ tem acumulado prejuízos anuais que superam US$ 1 bilhão. Desde o lançamento em 2019, o investimento da Apple em conteúdo original tem sido expressivo, chegando a US$ 5 bilhões por ano — número que caiu levemente em 2024, mas segue alto.

Por que isso importa (ou não)?

Mesmo no vermelho, o Apple TV+ é só uma peça do segmento de produtos da Apple, que fechou o ano fiscal de 2024 com receita de US$ 391 bilhões e lucro líquido de US$ 93,7 bilhões, impulsionados principalmente pela venda de iPhones.

O prejuízo da plataforma não compromete o negócio como um todo, mas mostra que nem tudo que a Apple toca vira ouro.

Ou será que a produção cultural acaba influenciando diretamente em outras camadas do negócio? É preciso sempre olhar o todo e talvez por isso a Apple siga apostando em cultura e entretenimento.

Conteúdo que vale a pena (pra quem?)

A estratégia da Apple segue sendo produzir poucos títulos, mas com alto orçamento e estrelas de peso. Isso trouxe prêmios e prestígio (vide Ted Lasso e CODA), mas ainda não resolveu o problema da escala — principalmente sem catálogo licenciado.

Ruptura, que teve a season finale da segunda temporada na última semana, é o maior hype atual, sendo uma das séries mais elogiadas da atualidade. Mas financeiramente, o retorno não veio na mesma medida. E será que precisa?

No fundo, a Apple pode continuar investindo sem pressa: os lucros vêm de iPhones, não de assinaturas.

Mas a pergunta segue: vale continuar apostando alto em um streaming que não fecha a conta? Ou tudo bem não fechar a conta, já que a companhia como um todo segue lucrando?

💿 Mercado fonográfico brasileiro cresce 21,7% no ano com destaque para o vinil (45,6%)

O mercado fonográfico brasileiro bateu R$ 3,48 bilhões de faturamento em 2024, segundo o relatório anual Mercado Brasileiro de Música, da Pro-Música, o que significa um crescimento de 21,7% em relação ao ano anterior.

O streaming segue como motor principal, representando 87,6% das receitas. Plataformas como Spotify e Deezer puxaram a alta no modelo por assinatura, somando R$ 2,7 bilhões.

Mas o destaque do ano foi no físico: o vinil cresceu 45,6%, faturando R$ 16 milhões — maior valor desde 2017.

O charme eterno do analógico

Mesmo representando uma fatia menor, o vinil mostrou que ainda há espaço para formatos físicos, especialmente para colecionadores e entusiastas. O contraste entre o crescimento acelerado do streaming e o renascimento do vinil mostra que o consumo de música segue multifacetado.

Enquanto o CD resiste com R$ 5 milhões e os DVDs quase somem, o disco segue girando — e vendendo.

E aí? Você tem toca-discos em casa? Ou é time streaming mesmo?

Dica: jogar nos dois é melhor. Streaming na rua, vinil em casa!

🤓 Curtas

🌟 Recomendações

O que andei ouvindo, lendo, assistindo, estudando ou outra atividade nos últimos 7 dias.

📺 Ruptura: A season finale da 2a temporada de Ruptura cumpriu o que imaginávamos: nos deixaram com mais perguntas do que respostas. Os últimos minutos trouxeram um belo plot twist, mas algumas teorias sugerem que vai ter um plot deste plot. Só na 3a temporada agora pra descobrir. Assista na Apple TV+.

🎵 Tony Hawk's Pro Skater 3+4: A nova edição do game chega em julho e já tem sua trilha sonora oficial no ar. São 20 músicas já definidas. Ouvir no Spotify.

📚 Elijah Wald - Dylan Elétrico: do Folk ao Rock: O livro que deu origem à cinebiografia “Um completo desconhecido” está em pré-venda no Brasil. Aproveite que Bob Dylan está de aniversário hoje e garanta seu exemplar. Compre na Amazon.

📝 O futuro do trabalho tem cabelo branco — e o RH ainda não percebeu: Reflexões sobre como as diferentes gerações estão e estarão inseridas no mercado de trabalho daqui pra frente . Leia aqui no Linkedin.

O que é o Update?

Para quem olha pra frente e quer espiar o futuro. O Update é feito para manter você atualizado não só sobre o que aconteceu, mas sobre o que está acontecendo.

Aqui você encontra uma seleção de atualizações que estão impactando o mundo no presente contínuo. E, às vezes, no futuro do presente. Talvez não dê pra prever, mas dá pra imaginar o que vem por aí.

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